No Café de Ideias de hoje, Mauro Nunes recebe a capitão de Polícia Militar Fernanda Mello Magrini, comandante da 2ª Companhia do 26º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), a única oficial operacional feminina em atuação no batalhão.
Nascida em 3 de fevereiro de 1984, na Santa Casa de Mogi Mirim, Fernanda passou a infância no bairro Santa Cruz. Estudou no Colégio Monsenhor Nora até a oitava série e concluiu o ensino médio no Colégio Carisma, atual Colégio Objetivo. Sua primeira formação acadêmica foi o curso de Ciências dos Alimentos, concluído em 2006 na ESALQ/USP, em Piracicaba. Em seguida, incentivada pelo pai, prestou concurso público e começou a trabalhar no Banco Nossa Caixa. No entanto, mesmo com a estabilidade no emprego, sentia que algo ainda faltava: queria uma profissão em que pudesse ajudar as pessoas de forma mais direta. O contato com policiais, enquanto trabalhava no banco em Vargem Grande do Sul, reacendeu esse propósito.
Determinada, ingressou em 2010 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, um marco que transformou sua vida. Após ser declarada aspirante a oficial, iniciou sua carreira em Piracicaba, foi promovida a segundo tenente e transferida para São Paulo, onde atuou no 16º BPM/M, localizado na zona oeste da capital. Lá, viveu experiências intensas e de grande aprendizado. Em 2015, realizou o desejo de voltar para perto de casa, passando a integrar o 26º BPM/I. Nesse batalhão, atuou no comando da Força Patrulha e da Força Tática, além de exercer funções administrativas na sede da unidade. Em 2023, foi nomeada comandante da 2ª Companhia, cargo que exerce com orgulho.
Durante a entrevista, Fernanda compartilhou uma história especialmente marcante. Em uma ocorrência em São Paulo, uma família foi feita refém durante um roubo a residência. Após horas de negociação e atuação da polícia, o desfecho foi positivo: todos os membros da família saíram ilesos e o criminoso foi preso. Meses depois, já durante a audiência do caso, os familiares fizeram questão de agradecer a cada policial envolvido, lembrando-se inclusive de seus nomes. Esse momento simples e profundamente humano mostrou a Fernanda o verdadeiro significado de sua profissão: estar presente quando as pessoas mais precisam.
Hoje, ao olhar para sua trajetória, Fernanda se sente realizada. Para ela, ser policial militar é mais do que uma carreira, é uma missão de vida. Agora, como comandante, reconhece a importância de seu papel em preparar, orientar e apoiar sua equipe. É nesse exercício de liderança que encontra sua motivação: garantir que cada policial esteja pronto para servir e proteger, e que a comunidade confie no trabalho da Polícia Militar.